Etapa Arajara Park reunió más de 500 atletas

Como a comunidade pode se reinventar através do seu território foi a discussão apresentada pelo representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Juazeiro do Norte durante a abertura dos trabalhos do terceiro dia do 1º Curso Universidade de Verão, promovido pelo Geopark Araripe e URCA, no Hotel IU-Á, em Juazeiro do Norte.

Douglas Feitosa falou sobre empreendimento e sobre empreendimentos que não visam somente o lucro imediato, e sim o desenvolvimento da comunidade em geral. Ele deu exemplos de como a comunidade pode se reinventar através do seu território, em particular, citou uma cidade colombiana que se utiliza de turismo de vulcões, mesmo não existindo um vulcão natural em sua área. Ele citou ainda a experiência da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, projeto social que tem movimentado a comunidade e economia do pequeno município.

Para apresentar a experiência da Fundação Casa Grande (FCG), Júnior Santos, Diretor de Comunicação, mostrou os empreendimentos com o Turismo Comunitário implementado pela Fundação em Nova Olinda. Trata-se da criação das pousadas familiares, nas quais as famílias das crianças que participam do projeto recebem os turistas em suas casas a preços acessíveis e proporcionam a imersão desses visitantes na cultura local.

Outra experiência apresentada foi a dos Museus Vivos, um projeto realizado com o Sesc, que consiste em tornar as casas dos Mestres de Cultura Popular do Cariri em uma rede de Museus. Júnior Santos deu ênfase ao Museu Vivo de Potengi, mostrando gráficos quantitativos e financeiros sobre os investimentos e a renda proveniente desses projetos. Segundo ele, pouco mais de R$10 mil reais foram investidos para a criação do Museu, o que representa uma atividade de baixo custo, importante para a cultura e turismo local, além de valorização dos Mestres brincantes e dos seus trabalhos.

Santos falou ainda de outras iniciativas como a criação da cafeteria Café Violeta, o Desfile de Moda realizado anualmente na FCG e no sistema de vendas de diversos produtos locais de forma física e online, e recursos audiovisuais para a divulgação dos trabalhos. 

O impacto financeiro para o município, segundo Júnior é de quase meio milhão de reais. Todas essas iniciativas surgiram, afirma ele, da ideia de fazer o turista que vem conhecer a Fundação Casa Grande permanecer mais tempo no local.

A partir dos questionamentos “até que ponto o Cariri é empreendedor? que ações realmente são pertinentes e condizentes com nossa realidade?”, o consultor do SEBRAE, Édio Callou instigou a plateia a pensar no potencial da cultura do Cariri cearense. O consultor especificou algumas reais ações, como várias atividades feitas em parceria com o Geopark Araripe, a exemplo de participações em eventos turísticos, cursos de aperfeiçoamento para artesãos e publicações de catálogos do artesanato local.

Para Édio, há sementes que foram germinadas e já estão rendendo frutos, como a criação da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), que deu um novo conceito tanto no visual quanto na gastronomia da região, propiciando vários eventos como o festival “De bar em bar”, experiência gastronômica que movimenta a cidade de Juazeiro do Norte.